Um dos filmes mais esperados e comentados dos últimos meses, o terror A Bruxa foi elogiado pela crítica especializada e aclamado em todo o mundo, não apenas por se tratar de uma obra prima do terror, mas por ser um filme artístico que envolve drama, terror e suspense com uma abordagem perturbadora e agoniante.
Ao decidir assisti-lo, esqueça aquele terror comercial, que te arranca sustos previsíveis e traz desfechos por ora interessantes. A Bruxa vai mais além. Você fica tenso do começo ao fim, buscando respostas que são dadas com inteligência. O filme até te sustos, mas não propositais, estes vem com a tensão e agonia que são trazidos por um drama familiar denso e profundo. Destaco ainda os 30 minutos finais, onde a trama ganha fôlego e te mostra de forma sutil e poética os mitos que envolvem o anticristo e as bruxas.
O filme é tão delicado consistente que aborda o tema feminismo de forma discreta, quando a filha mais velha é vista apenas em sua forma de menina-mulher, submissa, seja dentro de casa ou fora dela, e isso pode ser o motivo pelo qual a jovem acaba se entregando aos encantos do pecado mostrados no final do filme.
A religiosidade fervorosa também é um dos pontos fortes do filme, que mostra o quanto as pessoas que viviam em séculos passados eram passivas aos ensinamentos cristãos, aceitando suas "verdades", carregando o pecado original, etc.
A Bruxa é realmente um excelente filme, mas que não foi feito para a grande massa, que está acostumada com filmes padronizados e que impressionam imediatamente, este filme quer te dar mais que sustos, quer te levar a uma experiência nova e única, que poucos filmes, principalmente de terror, não conseguem.