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Bloco de notas - Uma história, um livro.

22.10.11

     Um dia eu escreverei um livro, mas não qualquer livro, escreverei um grande e memorável livro onde poderei contar a história de vida de uma pessoa que nunca teve medo de nada, pois nunca teve medo de viver.


     Muitas pessoas pensam em escrever uma grande história algum dia. Uns pensam em falar sobre sonhos, outros aventuras. Alguns preferem romances, já outros suspense. Eu já prefiro algo mais real e intimo, algo que possa se conectar a outras pessoas de uma forma mais simples e realista, prefiro falar sobre o que poderia ser um conto de fadas, mas não é. Melhor dizendo, até que pode ser um conto de fadas sim, afinal existem príncipes, princesas, fadas, encantos, sonhos, amores e até bruxas.
     Quando adolescente, escrevi um diário, ou pelo menos comecei a escrever, pois com pouco tempo percebi que naquele momento era muito perigoso ter coisas sobre minha vida escritas em folhas de caderno, então resolvi queimar essas palavras que tanto desvendavam quem realmente sou (ou era). Os papéis foram queimados, porém minhas memórias não.
     Anos mais tarde, depois de muita coisa ter acontecido nesse "conto de fadas" mais que moderno, decidi escrever tudo novamente, mas de forma diferente, sem detalhar o lado negro e sujo dessa história, afinal que conto de fadas fala disso? Nós queremos ler histórias de amor, onde o mocinho salva a pobre e indefesa mocinha das garras do monstro malvado... Bem, exagerei, na verdade não exclui nenhuma linha do que foi vivido, só passei a retratar as coisas de uma forma mais "legível".
     Esse novo livro, onde falo sobre minha vida, me serviu mais como uma válvula de escape. Sabe quando você precisa desabafar, expôr sentimentos que te sufocam, gritos que são calados? Pois é, me sentia assim, por isso resolvi por tudo (novamente) no papel. Passei um bom período desabafando para esse amigo que sabia tudo que se passava comigo, só que teve um dia que pude gritar e o que estava preso em mim foi libertado. Aos poucos fui deixando de escrever, mas não me desfiz das linhas que as vezes eram doces como sorrisos, as vezes salgadas como lágrimas.
     Não tenho medo de expôr realmente quem sou e o que fiz, certamente teria medo se tivesse feito tudo o que um dia tive vontade, ai sim teria motivos para me preocupar. Não tenho vergonha de me despir do meu verdadeiro eu, mas certamente nessa história as reticências fariam parte do contexto geral dessa aventura que traduzo como minha vida.
     Um dia, quem sabe, continuarei escrevendo sobre tudo que foi experimentado, vivido e aproveitado por mim. Poderei falar da minha doce infância, da minha inspirante adolescência, da viciante juventude e quem sabe dos demais sabores que serão vividos daqui pra frente. Se um dia, realmente escrever um livro, não se assuste se os personagens mudarem de nome ou se o conto de fadas não for tão adorável assim, só tenha certeza que uma vida foi saboreada de forma intensa, com seus altos e baixos.
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