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Bloco de notas - Nadando em águas profundas.

24.9.11

    
      Sabe quando você é criança e não tem medo de se arriscar? Tem uma certa idade em nossa juventude onde coragem é nosso lema. Não temos medo de cair, se machucar, sangrar, nossa única preocupação é levantar de novo e correr riscos mais uma vez. Bom mesmo é ser criança e se machucar somente com as travessuras que fazemos. Correr, brincar, e no final do dia descansar. Na manhã seguinte? Tudo de novo...
     Aprendi a nadar quando era menino, desde pequeno fazia natação. Quando tinha 7 anos parecia um peixinho... Adorava água. Fosse piscina, praia, lagoa, rio, bastava ter água pra festa começar. Uma coisa que nunca tive medo, depois de aprender a brincar na água, era de querer sempre ir mais fundo. As águas rasas nunca me interessavam, sempre queria ir além do que podia, sem medo, pois sempre achava que nada de mau poderia me acontecer, afinal... Era criança, sabia nadar e tinha coragem, pra que melhor?
     Realmente nada me aconteceu, até hoje. Cresci, ainda sei nadar, mas há algum tempo tinha certo receio de me aventurar nas profundezas do mar. Quando a gente cresce, podemos ter medo de arriscar demais e se machucar, afinal de contas nossas aventuras não são mais como aquelas dos tempos de criança.
     Se nos machucamos, caímos ou sangramos não é mais por causa das travessuras de meninos. Muitas vezes isso demora pra curar, são feridas que para cicatrizar são preciso mais que um novo dia. Mas não é porque fiquei grande que deixei de buscar águas mais fundas, pelo contrário. Até certo tempo, preferia ficar no raso, não mais que molhar o pés, mas percebi que isso não me era suficiente.
     Hoje, o medo de se ferir passou. Não tenho medo de quedas, arranhões, marcas, muito menos de sangrar. Não tenho medo de arriscar (quase) tudo pelos meus ideais. Se quando criança queria me divertir, ser o maioral, hoje quero viver, quero olhar pra trás e ver que tudo que fiz foi por mim, pela minha felicidade. Se era certo ou não, tanto faz, o que importa descobri isso com experiências e tentativas, não fiquei esperando por nada acontecer por acaso. É bom se sentir novamente um menino que não tem medo de se aventurar pelas profundezas do mar e deixar seus sentimentos dançarem nas águas límpidas e quentes a vida.
     E o que fazer para curar as marcas deixadas pelas dores de quando crescemos? Tempo! Eis o remédio que os adultos precisam para seguir em frente após cada perda. Muitas vezes, quase sempre, seu efeito demora para dar algum resultado, mas uma hora ele cura e a dor passa, o sangue estanca e você se encontra novamente, volta a sorrir, e no novo dia está pronto para se arriscar novamente, como fazia quando era menino.
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